Uma das paixões do brasileiro, a cerveja é uma bebida com teor alcoólico baixo (cerca de 5%) e composta de ingredientes como o lúpulo, a cevada e o malte. Algumas possuem trigo na formulação também.
Por muito tempo, esta bebida vem sendo apontada como responsável pelo aumento na circunferência abdominal dos mais adeptos ao seu consumo: a famosa “barriguinha de chop”.
Mas será que a cerveja realmente engorda? Até para recuperação do nosso organismo após o exercício ela já foi indicada por alguns estudiosos, então é verdade mesmo que ela provoca acúmulo de gordura?
Antigamente, achava-se que a cerveja não engordava, o que engordava eram os salgadinhos e petiscos que, geralmente, a acompanhavam. Porém, apesar de contribuir de forma intensa nesse acréscimo de calorias, a cerveja por si só já causa aumento no acúmulo de gordura quando consumida em excesso.
O álcool, presente na cerveja, é extremamente calórico (7 Kcal/g) e é metabolizado pelo fígado. Essa metabolização (processo em que o álcool é quebrado e utilizado pelo organismo) requer um trabalho imenso do fígado, que o sobrecarrega momentaneamente.
Dessa forma, o metabolismo de todos os demais nutrientes se encontrará prejudicado e a energia que o álcool fornecerá será um estímulo a mais para acúmulo de gordura, principalmente na região visceral (gordura nos órgãos do sistema digestório).
Além disso, a ingestão de álcool, seja ele proveniente da cerveja ou outra bebida, prejudica a síntese de proteínas, refletindo em uma redução do ganho de massa muscular. Por esse motivo qualquer bebida alcoólica é contraindicada para aquelas pessoas que buscam resultados esportivos.
Sendo assim, a cerveja engorda, sim, quando consumida em excesso e a inclusão dos salgadinhos e petiscos nessa conta aumenta ainda mais o estímulo ao estoque de gordura.
Em Bruxelas, um estudo apresentado nesta terça-feira em Bruxelas comprova que o consumo moderado de cerveja após exercícios físicos é tão eficaz quanto a água para a hidratação, segundo especialistas médicos.
Esta é uma das conclusões apresentadas no "VI Simpósio Europeu de Cerveja e Saúde", onde participaram especialistas em medicina, nutrição e alimentação da União Europeia.
O pesquisador Manuel Castillo, da Universidade de Granada, expôs os resultados de um estudo que consistiu em medir a reação do corpo à ingestão de água ou cerveja após a realização de esforço físico intenso. "Realizamos o estudo para comprovar se o costume de tomar cerveja depois do exercício era recomendável", explicou Castillo.
A conclusão foi de que uma quantidade moderada de cerveja "não prejudica a hidratação após o exercício". Tomar cerveja seria "a mesma coisa que tomar água", por isso é recomendado o consumo da bebida fermentada a todas as pessoas que não tenham nenhuma contraindicação.
"Não foi encontrado nenhum efeito negativo que pudesse ser atribuído à ingestão de cerveja em comparação com a ingestão de água", disse Castillo, que também afirmou que durante as conferências será apresentado outro estudo que descarta que exista "qualquer relação" entre o consumo da bebida e a tendência a desenvolver "barriga de chopp".
O médico Ramón Estruch, do Hospital Clínico de Barcelona, afirmou que os resultados dos estudos mostram que o consumo moderado de cerveja "ajuda na prevenção de acidentes cardiovasculares, graças aos efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios das artérias".
Além disso, proporciona proteção contra fatores de risco cardiovascular, como diabetes, melhora a pressão arterial, regula o colesterol e previne a arterioesclerose, segundo a pesquisa.
Estruch informou que atualmente estão sendo feitas pesquisas para determinar se os benefícios da cerveja com álcool são maiores que os da cerveja "sem", embora haja indícios de que a primeira tem efeitos mais positivos.
De qualquer forma, Estruch ressaltou a importância de "consumir a cerveja dentro de um padrão de alimentação saudável, preferencialmente a dieta mediterrânea".
Maria Teresa Fernandez Aguilar, pesquisadora da Agência da Saúde de Valência, informou sobre os efeitos benéficos da cerveja sem álcool para as mães lactantes. Ela citou o estudo que demonstrou que crianças amamentadas por mães que consumiram duas cervejas sem álcool durante a lactação têm menos possibilidades padecer de doenças como câncer e arteriosclerose, devido à transmissão dos componentes antioxidantes de bebida.
"Os resultados nos surpreenderam", afirmou Maria Fernandez, acrescentando que a cerveja sem álcool seria mais recomendável que outras bebidas gasosas com base química.
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