Pesquisa aponta que uma em cada dez mortes por doenças do
coração, diabetes e câncer de mama ou cólon é causada por falta de atividade
física.
Um
estudo divulgado a poucos dias do início das Olimpíadas de Londres diz que a
falta de exercícios tem causado tantas mortes quanto o tabagismo.
A
pesquisa, publicada na revista médica "Lancet", estima que um terço
dos adultos não têm praticado atividades físicas suficientes, o que tem causado
5,3 milhões de mortes por ano em todo o mundo.
A
inatividade física é responsável por uma em cada dez mortes por doenças como
problemas cardíacos, diabetes e câncer de mama ou colorretal, diz o estudo. Os
pesquisadores dizem que o problema é tão grave que deve ser tratado como uma
"pandemia".
Eles
afirmam que a solução para o sedentarismo está em uma mudança generalizada de
mentalidade, e sugerem a criação de campanhas para alertar o público dos riscos
da inatividade, em vez de lembrá-lo somente dos benefícios da prática de
esportes.
Segundo
a equipe de 33 pesquisadores de vários países, os governos deveriam desenvolver
formas de tornar a atividade física mais conveniente, acessível e segura.
Um dos
coordenadores da pesquisa é Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas
(RS).
"Com
as Olimpíadas, esporte e atividade física vão atrair uma tremenda atenção
mundial, mas, apesar de o mundo assistir à competição de atletas de elite de
muitos países, a maioria dos espectadores será de sedentários", diz ele.
"O
desafio global é claro: tornar a prática de atividades físicas como uma
prioridade em todo o mundo para aumentar o nível de saúde e reduzir o risco de
doenças."
No
entanto, a comparação com o cigarro é contestada por alguns especialistas. Se o
tabagismo e a inatividade matam o mesmo número de pessoas, a quantidade de
fumantes é bem menor que a de sedentários, tornando o tabaco muito mais
perigoso.
Para
Claire Knight, do Instituto de Pesquisa de Câncer da Grã-Bretanha, "quando
se trata de prevenção de câncer, parar de fumar é de longe a coisa mais
importante que você pode fazer".
América Latina
Na América Latina e no Caribe, o estudo mostra que o estilo de vida sedentário é responsável por 11,4% de todas as mortes por doenças como problemas cardíacos, diabetes e câncer de mama ou colorretal. No Brasil, esse número sobe para 13,2%.
Na América Latina e no Caribe, o estudo mostra que o estilo de vida sedentário é responsável por 11,4% de todas as mortes por doenças como problemas cardíacos, diabetes e câncer de mama ou colorretal. No Brasil, esse número sobe para 13,2%.
Os
países com as populações mais sedentárias da região são Argentina, Brasil e
República Dominicana. E a nação com a população menos sedentária é a Guatemala.
A
inatividade física na América Latina seria a causa de 7,1% dos casos de doenças
cardíacas, 8,7% dos casos de diabetes tipo 2, 12,5% dos casos de câncer de mama
e 12,6% dos casos de câncer colorretal.
No
Brasil, o sedentarismo é a causa de 8,2% dos casos de doenças cardíacas, 10,1%
dos casos de diabetes tipo 2, 13,4% dos casos de câncer de mama e 14,6% dos
casos de câncer de cólon.
A
médica I-Min Lee, do Hospital Brigham e da Escola Médica da Universidade de
Harvard, que dirigiu o estudo, assinalou que todos esses casos poderiam ter
sido prevenidos se a população de cada país e região fosse fisicamente mais
ativa.
Ela diz
que, na região das Américas, poderiam ser evitadas cerca de 60 mil mortes por
doenças coronárias e 14 mil mortes por câncer colorretal.
Desafio global
É recomendado que adultos façam 150 minutos por semana de exercícios moderados, como caminhadas, ciclismo e jardinagem.
É recomendado que adultos façam 150 minutos por semana de exercícios moderados, como caminhadas, ciclismo e jardinagem.
O
estudo indica que as pessoas que vivem em países com alta renda per capita são
as menos ativas. Entre os piores casos está a Grã-Bretanha, onde dois terços da
população não se exercitam regularmente.
A
professora Lindsey Davies, presidente da Faculty of Public Health, órgão que
formula políticas e normas de saúde pública da Grã-Bretanha, diz que
"precisamos fazer o possível para que as pessoas cuidem da sua saúde e
façam atividade física como parte da vida cotidiana".
"O
ambiente em que vivemos tem um papel importante. Por exemplo, pessoas que se
sintam inseguras no parque mais próximo vão evitar usá-lo", disse.
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