O aquecimento global e as mudanças climáticas a ele relacionadas devem levar ao aumento na frequência de eventos extremos como ondas de calor tanto em países temperados quanto tropicais, que terão como consequência um maior número de mortes associadas a estes fenômenos. Só no Reino Unido, a expectativa é de uma alta de 257% na quantidade de vítimas até os anos 2050, afirma estudo publicado nesta terça-feira no “Journal of Epidemiology and Community Health”. Segundo os pesquisadores britânicos, a elevação leva em conta também o esperado envelhecimento da população, já que os idosos são o grupo com maior risco de terem a saúde afetada pelo calor excessivo.
Brasil não tem monitoramento eficaz do problema
Apesar de ser um país de clima majoritariamente tropical, onde as altas temperaturas costumam ser mais frequentes e maiores do que os em regiões temperadas, e também ver um progressivo envelhecimento de sua população, o Brasil não tem um monitoramento eficaz do problema, critica o geriatra Salo Buksman, diretor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, que destaca que os idosos brasileiros estão sujeitos aos mesmos riscos dos de países com clima temperado.
— Não há diferenças de adaptação ao ambiente só porque o Brasil é um país tropical, o calor excessivo não é algo a que uma pessoa possa se acostumar — diz. — Somos um país de hábitos ocidentais com uma mistura de etnias semelhante à de outros países ocidentais. Assim, estamos sujeitos aos mesmos tipos de risco que qualquer europeu ou americano.
Segundo Buksman, a principal ameaça à saúde trazida pelo calor excessivo, como o que o Rio experimenta nas últimas semanas, é a desidratação, que pode provocar tonturas, náuseas, queda de pressão, disfunções renais e até mesmo alguns tipos de arritmias cardíacas. E embora qualquer pessoa possa ficar desidratada, são os idosos que correm o maior risco de sofrer com a condição devido a uma conjunção de fatores, explica.
— O mecanismo de sede, por exemplo, é uma maneira essencial de o corpo alertar que precisa de líquidos, mas nos idosos ele já não é mais tão eficiente. Assim, o indivíduo não sente sede até estar bastante desidratado — conta. — Além disso, muitos idosos sofrem com a incontinência urinária e temem ficar em situações vexatórias, o que os leva a restringir voluntariamente a ingestão de líquidos. Eles também têm um metabolismo mais lento, o que faz com que sintam menos calor, o que, associado a hábitos mais conservadores, leva-os a usar roupas mais compridas e pesadas, o que pode elevar sua temperatura corporal e transpiração. Tudo isso conspira para que os idosos sofram mais de desidratação.
Todos devem ficar atentos
Mas não são só os idosos que devem ficar atentos à desidratação e seus efeitos nocivos em dias de calor excessivo. Crianças pequenas, além de jovens e adultos que trabalham na rua ou passam muito tempo sob o Sol, também podem sofrer mais com o problema, alerta García Vergara, professor da Uerj e integrante da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade:
— Em dias muito quentes como os que estamos vivendo no Rio, as pessoas transpiram muito e, em alguns casos, perdem mais água do que conseguem repôr, então é preciso que todos fiquem atentos.
Brasil não tem monitoramento eficaz do problema
Apesar de ser um país de clima majoritariamente tropical, onde as altas temperaturas costumam ser mais frequentes e maiores do que os em regiões temperadas, e também ver um progressivo envelhecimento de sua população, o Brasil não tem um monitoramento eficaz do problema, critica o geriatra Salo Buksman, diretor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, que destaca que os idosos brasileiros estão sujeitos aos mesmos riscos dos de países com clima temperado.
— Não há diferenças de adaptação ao ambiente só porque o Brasil é um país tropical, o calor excessivo não é algo a que uma pessoa possa se acostumar — diz. — Somos um país de hábitos ocidentais com uma mistura de etnias semelhante à de outros países ocidentais. Assim, estamos sujeitos aos mesmos tipos de risco que qualquer europeu ou americano.
Segundo Buksman, a principal ameaça à saúde trazida pelo calor excessivo, como o que o Rio experimenta nas últimas semanas, é a desidratação, que pode provocar tonturas, náuseas, queda de pressão, disfunções renais e até mesmo alguns tipos de arritmias cardíacas. E embora qualquer pessoa possa ficar desidratada, são os idosos que correm o maior risco de sofrer com a condição devido a uma conjunção de fatores, explica.
— O mecanismo de sede, por exemplo, é uma maneira essencial de o corpo alertar que precisa de líquidos, mas nos idosos ele já não é mais tão eficiente. Assim, o indivíduo não sente sede até estar bastante desidratado — conta. — Além disso, muitos idosos sofrem com a incontinência urinária e temem ficar em situações vexatórias, o que os leva a restringir voluntariamente a ingestão de líquidos. Eles também têm um metabolismo mais lento, o que faz com que sintam menos calor, o que, associado a hábitos mais conservadores, leva-os a usar roupas mais compridas e pesadas, o que pode elevar sua temperatura corporal e transpiração. Tudo isso conspira para que os idosos sofram mais de desidratação.
Todos devem ficar atentos
Mas não são só os idosos que devem ficar atentos à desidratação e seus efeitos nocivos em dias de calor excessivo. Crianças pequenas, além de jovens e adultos que trabalham na rua ou passam muito tempo sob o Sol, também podem sofrer mais com o problema, alerta García Vergara, professor da Uerj e integrante da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade:
— Em dias muito quentes como os que estamos vivendo no Rio, as pessoas transpiram muito e, em alguns casos, perdem mais água do que conseguem repôr, então é preciso que todos fiquem atentos.
Matéria publicada no site O Globo.
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