segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Suplementação desnecessária pode causar danos ao organismo

Fisiologista explica que alimentação saudável, descanso e regularidade de exercícios produz o mesmo desempenho. 

Menos de um mês praticando academia algumas vezes por semana e diversos potes de suplementos espalhados pelas prateleiras da cozinha: essa tem sido a realidade de muitas pessoas que acreditam que não conseguirão obter o desempenho desejado somente com os exercícios. Porém, o uso abusivo dessas substâncias pode ter o efeito inverso.

De acordo com o fisiologista do exercício e professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Paulo Roberto Correia, a suplementação não deve ser vista como uma forma de alimentação. “Apesar dos suplementos serem vendidos abertamente, eles só devem ser consumidos se houver uma deficiência no organismo e quem avalia isso é o médico”, afirma.

Para isso é necessário avaliar hábitos do dia-a-dia que estão longe das academias. “As primeiras perguntas sempre são: ‘você se alimenta corretamente e dorme por, pelo menos, oito horas por dia?’. Caso a resposta seja negativa, é claro que o organismo não vai funcionar corretamente. O que importa é o que a pessoa faz, não o que ela toma”, explica Paulo Roberto.

Pré-treino
O aumento do consumo por pré-treinos vem aumentando nos últimos anos e é causa de preocupação entre os especialistas. Normalmente a fórmula contém cafeína ou taurina, responsáveis pelo aumento do ritmo cardíaco, ou até drogas ilícitas, que impedem sua venda em locais fiscalizados.

Segundo o fisiologista, o produto é dispensável, principalmente porque o corpo já produz uma substância com o mesmo princípio ativo. “Quando a pessoa se exercita diariamente no mesmo horário, existe uma liberação alta de endorfina, o hormônio do prazer. Deixar de treinar significa não ter essa sensação”, discorre o médico.

Quando a atividade física se torna um hábito, ela provoca um sintoma conhecido como síndrome da abstinência à endorfina. “O sintomas são parecidos com a abstinência de drogas e álcool: agitação, fissura e aumento no ritmo cardíaco. Porém, no caso do exercício, ela é um estimulante para que a pessoa continue sempre ativa”, completa Paulo Roberto.

O médico explica que essa ação natural do corpo é a mesma desencadeada pelo pré-treino. “Como a pessoa não tem um treino regular, ela precisa de algo para dar ânimo. Às vezes os nutricionistas prescrevem o pré-treino, mas é somente em caso de necessidade”, diz.

Pós treino
A moda do Whey Protein se espalhou nas academias e, mesmo sem saber direito qual sua principal função, ele tem sido o mais adotado pelos iniciantes. Porém, grande quantidade da proteína isolada do leite pode prejudicar seriamente a saúde.

“O Whey Protein é metabolizado pelo fígado e excretado pelo rim, porém se a quantidade for maior do que o corpo precisa pode causar complicações severas na saúde”, conta o fisiologista. Dependendo do organismo de cada um, a superdose também pode causar cálculos renais e até perda do órgão.

Matéria publicada no site Webrun

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