Lura é encantadora. A idade ela não conta. Ágil, parece que desliza pelo Parque do Ibirapuera, onde costuma caminhar todos os dias. Encontra amigos, bate um papo, e mesmo quando descansa, não pára.
“Estou fazendo tricô, para não perder tempo. Sempre carrego o tricô. Onde está minha sacola tem o tricô e eu tenho sempre o papel para fazer a dobradura. Não fico parada, não gosto. Só paro quando eu durmo”, diz Lura Nagao, aposentada.
Lura, Moacyr e Hilário. Três voluntários de um grande estudo da faculdade de medicina da USP de São Paulo que pretende mostrar que o exercício físico pode melhorar a memória e o metabolismo do cérebro. O foco são pessoas com comprometimento cognitivo leve.
“É uma fase intermediaria entre o envelhecimento normal, saudável e os problemas de memória mais intensos, que a gente chama de demência, como o Alzheimer, que é a principal causa de demência no idoso”, explica o neurologista da USP, Fabio Porto.
Tudo o que vivemos, vimos na nossa vida e na vida dos outros fica armazenado em nossa memória. Tudo fica guardado como se fosse um grande arquivo. Mas um dia algo acontece e parte do que estava guardado simplesmente desaparece ou fica nebuloso. Um vazio de lembranças toma conta e a gente nem percebe.
A gente pode não perceber, mas imagens já conseguem mostrar. O metabolismo da glicose no cérebro é revelador.
“Uma perda de metabolismo nessas regiões indica uma degeneração típica da doença de Alzheimer. A paciente com comprometimento cognitivo leve tem um intermediário entre o normal e a doença de Alzheimer”, destaca o médico nuclear da USP, Artur Coutinho.
“Há uns dois ou três anos, ali pelos 78 anos, comecei a sentir. Olhava um ator na TV e ficava: ‘Quem é?’ Aí dali a pouco vinha”, conta o aposentado Moacir Padovese
Para alcançar o objetivo, os voluntários devem praticar esteira uma hora, três vezes por semana, durante seis meses. Para avaliar os resultados deste treinamento, eles são submetidos a exames antes do início do estudo e no final, e fazem também testes de memória e atenção.
Seu Hilário Pedro Henrique está entrando agora. Se prepara para um dos primeiros exames. O advogado de 70 anos diz que a memória é, sem dúvida, algo que o preocupa. “A idade que eu estou já tem aquele sentido de problemas de cérebro, problemas de esquecimento das coisas e isso aqui vem me prevenir ou me avisar se eu já estou tendo um princípio disso daí ou não”, comenta.
O principal exame do estudo é uma punção na região lombar para coletar um liquido da medula. É ele que detecta a presença no organismo da proteína beta-amilóide - um sinal de que o Mal de Alzheimer pode estar vindo por aí.
“Esse líquido na verdade banha todo o cérebro e a medula espinhal. Então a gente tem através da análise deste líquido, a gente pode fazer uma série de pesquisas diagnósticas”, explica Hélio Gomes, neurologista da USP.
Seu Hilário vai passar por todas as fases da pesquisa e praticar seis meses de exercícios físicos.
“O exercício físico, aeróbico, melhora a saúde física, os fatores de riscos cardiovasculares, melhora o humor, melhora o sono. Para melhorar a memória dos pacientes que já têm a doença de Alzheimer os estudos não são muito claros evidenciando melhora. A gente acha que o ideal seria oferecer essas intervenções antes que a pessoa tenha a demência”, analisa o médico Fábio Porto.
Pois é o que já aconteceu com Lura e seu Moacyr. Os resultados parciais mostram que os efeitos do exercício são realmente positivos. “Me sinto muito mais disposto. Quem mais gostou da minha melhora foi a minha esposa, porque eu comecei a ajudá-la mais ainda em casa. Eu achei que a memória melhorou. Sinto que agora estou lembrando de coisas que eu demorava para me lembrar, me lembro com mais facilidade agora”, conta Moacyr.
“Estou fazendo tricô, para não perder tempo. Sempre carrego o tricô. Onde está minha sacola tem o tricô e eu tenho sempre o papel para fazer a dobradura. Não fico parada, não gosto. Só paro quando eu durmo”, diz Lura Nagao, aposentada.
Lura, Moacyr e Hilário. Três voluntários de um grande estudo da faculdade de medicina da USP de São Paulo que pretende mostrar que o exercício físico pode melhorar a memória e o metabolismo do cérebro. O foco são pessoas com comprometimento cognitivo leve.
“É uma fase intermediaria entre o envelhecimento normal, saudável e os problemas de memória mais intensos, que a gente chama de demência, como o Alzheimer, que é a principal causa de demência no idoso”, explica o neurologista da USP, Fabio Porto.
Tudo o que vivemos, vimos na nossa vida e na vida dos outros fica armazenado em nossa memória. Tudo fica guardado como se fosse um grande arquivo. Mas um dia algo acontece e parte do que estava guardado simplesmente desaparece ou fica nebuloso. Um vazio de lembranças toma conta e a gente nem percebe.
A gente pode não perceber, mas imagens já conseguem mostrar. O metabolismo da glicose no cérebro é revelador.
“Uma perda de metabolismo nessas regiões indica uma degeneração típica da doença de Alzheimer. A paciente com comprometimento cognitivo leve tem um intermediário entre o normal e a doença de Alzheimer”, destaca o médico nuclear da USP, Artur Coutinho.
“Há uns dois ou três anos, ali pelos 78 anos, comecei a sentir. Olhava um ator na TV e ficava: ‘Quem é?’ Aí dali a pouco vinha”, conta o aposentado Moacir Padovese
Para alcançar o objetivo, os voluntários devem praticar esteira uma hora, três vezes por semana, durante seis meses. Para avaliar os resultados deste treinamento, eles são submetidos a exames antes do início do estudo e no final, e fazem também testes de memória e atenção.
Seu Hilário Pedro Henrique está entrando agora. Se prepara para um dos primeiros exames. O advogado de 70 anos diz que a memória é, sem dúvida, algo que o preocupa. “A idade que eu estou já tem aquele sentido de problemas de cérebro, problemas de esquecimento das coisas e isso aqui vem me prevenir ou me avisar se eu já estou tendo um princípio disso daí ou não”, comenta.
O principal exame do estudo é uma punção na região lombar para coletar um liquido da medula. É ele que detecta a presença no organismo da proteína beta-amilóide - um sinal de que o Mal de Alzheimer pode estar vindo por aí.
“Esse líquido na verdade banha todo o cérebro e a medula espinhal. Então a gente tem através da análise deste líquido, a gente pode fazer uma série de pesquisas diagnósticas”, explica Hélio Gomes, neurologista da USP.
Seu Hilário vai passar por todas as fases da pesquisa e praticar seis meses de exercícios físicos.
“O exercício físico, aeróbico, melhora a saúde física, os fatores de riscos cardiovasculares, melhora o humor, melhora o sono. Para melhorar a memória dos pacientes que já têm a doença de Alzheimer os estudos não são muito claros evidenciando melhora. A gente acha que o ideal seria oferecer essas intervenções antes que a pessoa tenha a demência”, analisa o médico Fábio Porto.
Pois é o que já aconteceu com Lura e seu Moacyr. Os resultados parciais mostram que os efeitos do exercício são realmente positivos. “Me sinto muito mais disposto. Quem mais gostou da minha melhora foi a minha esposa, porque eu comecei a ajudá-la mais ainda em casa. Eu achei que a memória melhorou. Sinto que agora estou lembrando de coisas que eu demorava para me lembrar, me lembro com mais facilidade agora”, conta Moacyr.
“Eu acho que cada dia a minha memória melhora, cada dia eu estou melhor”, diz Lura.
Matéria publicada em Portal G1
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