terça-feira, 23 de julho de 2013

Lesões nas aulas de ginástica podem ser evitadas com acompanhamento profissional

Saber prescrever a aula de ginástica e fazer um bom acompanhamento ajuda a prevenirlesões ou mesmo a adaptar a aula para quem já se lesionou. 

O número de pessoas com lesões causadas por má postura ou por esforço repetitivo aumenta anualmente, sendo responsável por mais da metade dos afastamentos por problemas ocupacionais no Brasil. Praticar atividade física é uma das formas de prevenir essaslesões, desde que a atividade seja adequadamente orientada por um profissional.

Joyce Rodrigues é formada em Educação Física e Fisioterapia e tem um estúdio de personal trainer chamado Enjoy Health. Ela conta que muitos alunos que a procuram já chegam lesionados e os problemas mais comuns são tendinites – “de tudo, mas principalmente de joelho” -, lombalgias, hérnias de disco em vários locais – “principalmente cervical e lombar” - ombros com lesão por esforço repetitivo (LER) elesões de corrida como tuberosidade da tíbia.

O treinador Body Systems, fisioterapeuta e docente do curso de Educação Física da Faculdade Metropolitana (FAMMA), de Maringá (PR), Daniel Vicentini de Oliveira, completa que as lesõesagudas mais comuns que podem acontecer durante a prática da ginástica são a entorse de tornozelo; a distensão muscular, que acontece quando se alonga demais um músculo ou tendão, provocando dor e inchaço quase que de imediato; e o estiramento muscular, que acontece quando um músculo ou tendão é submetido a um esforço ou alongamento excessivo, rompendo fibras musculares, provocando dor e inchaço. Das lesões crônicas, a hérnia de disco, as lesõesligamentares de joelho, que “geralmente ocorrem tardiamente por um excesso de cargas, intensidade, falta de aquecimento inicial e alongamento final durante os anos de prática deginástica”, diz Oliveira; as lesões meniscais de joelho, que podem ocorrer por conta “do alto impacto das atividades, principalmente sem uma realização de técnica correta, falta de aquecimento inicial e alongamento final, má orientação profissional e falta de controle da postura e da técnica dos movimentos pode gerar tardiamente lesões nos meniscos”; condromalácia, que é o desgaste articular da superfície posterior da patela ou dos côndilos femurais; entre outras.

Alguns problemas podem surgir por atividades cotidianas, pela predisposição genética e também pela má orientação durante a prática da atividade física. Oliveira conta que a dor muscular excessiva nos dias seguintes à prática da ginástica é um sinal de que algo não foi feito da forma correta ou não foi realizado um alongamento ou aquecimento. “A falta de postura e técnica correta dos movimentos durante as aulas também podem levar a dores musculares em excesso”, alerta.

Lesões na ginástica - Prevenir pra não remediar


As questões genéticas e hormonais dos praticantes, o clima, o ambiente e a estrutura física do local também são relevantes para a prevenção de uma lesão, de acordo com Oliveira. “As mulheres, por exemplo, estão mais suscetíveis a lesões ligamentares e musculares por causa dos hormônios”, ensina.

Praticar atividade física acaba sendo uma das formas de prevenir lesões por tornar a musculatura mais forte e flexível, deixando o corpo mais apto a suportar as cargas de treinamento. Para Joyce, o alongamento também é a melhor forma de prevenir as lesõescausadas pela prática de atividades físicas. “Faço um alongamento no fim das minhas aulas que explico que é uma soltura. O que tem que fazer mesmo é fora da sala, uma aula à parte que fique um minuto, 45 segundos alongando cada músculo”, explica.

Outra forma que ela indica para evitar uma lesão é simplesmente começar gradativamente. “Isso depende muito do professor. Se o aluno é novo e vai pra aula de BODYPUMPTM, não vai falar pra colocar a maior carga. Tem que explicar que tem que aumentar gradualmente, tem que ter bom senso”, diz Joyce.

O lado do profissional


“Acho que o profissional tem que entender muito mais de anatomia, fisiologia e biomecânica e, mais do que isso, ele tem que treinar para saber se o aluno está ‘roubando’ ou fazendo o exercício errado. Se não sabe fazer, não sabe corrigir”, aponta Joyce.

Treinar e estudar cada caso é a dica de Daniel Vicentini de Oliveira para ter sucesso nas aulas de ginástica, já que os alunos só se mantêm na ginástica se o profissional é atencioso e realmente se importa com cada um: “o profissional dedicado e bem treinado com certeza saberá passar opções de movimentos para cada caso, para cada aluno com lesão ou que possa ter a lesão, tendo assim sempre a sala cheia”.

Fazer cursos de capacitação em ginástica coletiva também ajuda o profissional a se preparar para as aulas e, mais do que isso, o ensina a abordar o aluno para corrigi-lo sem constrangê-lo e a treinar a visão para perceber quando o exercício está sendo feito de forma errada. “Tudo o que eu aprendi sobre como cuidar do aluno, se comportar na frente dele, abordar o novato sem que ele se sinta envergonhado ou intimidado, corrigir sem que se sinta mal etc, foi aprendido nos cursos da Body Systems. Você aprende a atender e encantar pessoas”, conta a professora da Enjoy Health.

Quando ocorrem as lesões na ginástica


O risco de lesão dentro da academia existe, mas nem sempre o aluno se machuca durante a prática da atividade física no estabelecimento. Quando o cliente diz que se lesionou durante aaula é preciso tratar a questão de forma delicada para não prejudicar a instituição, o profissional e também para não perder o aluno.

Oliveira afirma que tudo depende da lesão. “Se ela acontecer por causa de um piso escorregadio, uma sala pouco iluminada, equipamentos sem segurança, aí a responsabilidade é da academia, mas se a estrutura da sala está em perfeitas condições e o profissional não passou opções de movimentos e intensidade, pode ser que a lesão seja devido a isso, mas não temos como provar”.

“Se você tem um certo grau de intimidade com o aluno, consegue perceber se eles fizeram alguma coisa fora da academia que gerou a dor, como sair correndo no parque, fazer abdominal sem alongamento, está com dor na panturrilha e na lombar”, conta Joyce, “eu sei quando o aluno se lesiona na aula. Pode acontecer, porque tem academias com 50 alunos por aula e é difícil controlar, mas você tem que aprender a fazer isso”. Ela conta que sempre reforça com os alunos qual carga deve ser usada e, durante as aulas de bike, por exemplo, dá dicas para manter os joelhos alinhados para frente, os cotovelos pra dentro, para minimizar as chances de alguém se machucar.

Alguns alunos também acabam associando uma dor a uma aula, sem que necessariamente isso seja verdade. “Ginástica não tem contraindicação. Algumas pessoas sentem preguiça e colocam a desculpa em lesões. Eu tenho três hérnias de disco e tendinite no joelho e faço bike, cross fit e alongamento. Tem é que saber se preparar e adaptar o movimento se preciso”, finaliza Joyce Rodrigues.

Por Jornalismo Portal EF 

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