quarta-feira, 31 de julho de 2013

Melhorar a saúde deve ser o foco do treino para obesos

Prevenir o sedentarismo e criar um programa de emagrecimento multidisciplinar são formas de atingir os objetivos do aluno. 

Uma das grandes preocupações dos profissionais da saúde atualmente está no aumento constante dos níveis de obesidade no mundo em pessoas de diversas idades. Para tratar do problema, é preciso agir de forma globalizada, com uma equipe multidisciplinar que vai criar um programa de emagrecimento que inclui desde reeducação alimentar até atividade física para incrementar a queima calórica dessa população. A perda de peso, para os obesos, acaba sendo apenas uma consequência do tratamento, já que a saúde, em escala máxima, deve ser o foco do programa, segundo Fernando “Fofão” Vieira, da empresa Keep Going e criador do programa Obesidade Ativa (OBA!), no Rio de Janeino (RJ).

“Antes de pensar em emagrecer, é preciso pensar em reter e aderir fortemente esse indivíduo na prática de atividades físicas para o resto da vida dele”, afirma Fofão.

Metas diárias

O professor das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Aylton Figueira Jr, destaca que é preciso pensar em metas quando se trabalha com a população obesa e que estudos mostram que metas de perda de peso muito rápidas não são saudáveis e, quanto mais rápido for o emagrecimento, maiores as chances de recuperação do peso.

Depois de avaliar as condições de saúde do obeso, checando suas condições cardiovascular, ortopédica e a existência de doenças metabólicas como diabetes ou resistência à insulina, o profissional de educação física, junto da equipe multidisciplinar que cuida desse obeso, deve colocar metas diárias, como por exemplo, fazer um déficit diário de 1000 calorias/dia, sendo 500 cal na dieta e mais 500 cal na prática de exercício, por exemplo, ou 800 cal na dieta e 200 cal no exercício, de modo a não ter impactos negativos na saúde, como a redução de massa muscular e economia metabólica.

O profissional de Educação Física

Fofão destaca que muitos profissionais de educação física sentem preconceito quanto ao aluno obeso e, dessa forma, acabam não o atendendo da forma adequada e não colaboram para que ele se sinta estimulado a dar prosseguimento nas atividades físicas.

“O profissional tem que ser emocionalmente sensível e treinado para não fazer os clientes se sentirem piores. Precisa existir um treinamento diferenciado para os profissionais que forem trabalhar diretamente com os alunos obesos”, diz o profissional. Fofão destaca ainda que a academia também deve estar preparada para receber o aluno com sobrepeso, pensando nas modificações estruturais, como catracas maiores, bicicletas ergométricas mais largas, esteiras que comportem o peso desse aluno. “Procure pensar em qualquer barreira física que possa existir, como entradas giratórias e escadas de piscina muito estreitas, banheiros com escaninhos apertados, etc. A falta de roupas de ginástica de tamanho grande pode ser uma barreira para muitos obesos que desejam iniciar um programa de exercícios também e manter um estoque de roupas GG nas butiques demonstra que eles são bem-vindos e que você se importa com as necessidades dele, porque no momento que ingressa na academia, o obeso vai avaliar os sinais, para verificar se é aceito naquele ambiente.”

Escolha dos exercícios

Na hora de colocar os alunos para treinar, é preciso combinar exercícios aeróbicos e de força. “O treino com pesos perde, aproximadamente, de 3 a 4 calorias por kg de peso corporal. No aeróbico, pode perder, de modo moderado, aproximadamente de 5,5 a 6 kcal por kg de peso, o que corresponde a 70 a 80% mais”, conta Figueira Jr.

Embora o treino aeróbio queime mais calorias, o treino de força se faz fundamental num programa de emagrecimento porque aumenta a força e preserva a massa muscular. “Com isso, ele consegue fazer uma atividade aeróbica por mais tempo ou até de forma mais vigorosa. Além disso, o treino com pesos previne lesões e ajuda a ficar mais tempo se exercitando de forma mais intensa”, destaca o professor da FMU.

Para Fofão, é possível até colocar cadeiras de ferro dobráveis na sala de ginástica para que o aluno possa alternar o treino em pé e sentado, para trazer mais segurança. “Pelo fato de eles possuírem maior massa corporal, a velocidade das músicas, por exemplo, devem ser mais lentas, ficando na faixa de 90 a 130 BPMs”, indica.

Atenção especial

Figueira Jr diz que a obesidade está ligada a diversas variáveis, dentre as quais, a quantidade de horas de sono. “Quanto menos o indivíduo dorme, maior a tendência de engordar, porque durante a noite as células precisam descansar, incluindo as de gordura e, como elas não descansam, ficam trabalhando e um desses trabalhos é acumular energia. Esse processo tem uma relação endócrina importante com os centros de apetite. Uma dica, então é não ter TV no quarto.”
Passar só uma hora na academia também não é suficiente se durante o resto do dia a pessoa obesa fica sentada ou deitada. É preciso se conscientizar de que é necessário se mexer o dia todo. “A somatória do tempo sentado é que é o problema”, ensina.

Por Jornalismo Portal EF 

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