O terreno arenoso oferece muitos pontos positivos para o seu
treino. Mesmo que não corra, realizar movimentos como saltos, deslocamentos
laterais e ziguezagues na areia contribui para a estabilidade das articulações
e o fortalecimento dos músculos inferiores.
Exercícios nesse terreno são excelentes para propriocepção — a
capacidade que a pessoa tem para perceber o espaço que seu corpo ocupa e como
ele se posiciona. Nada mais é que a conscientização corporal. Isso pode ser
trabalhado com movimentos específicos na areia.
“Como a praia é uma superfície irregular, macia e pesada — no caso
da areia fofa —, há um aumento do estímulo proprioceptivo, que gera maior
controle muscular e estabilidade das articulações do quadril, joelho e pé”, diz
o fisioterapeuta Ricardo Rocha, profissional do Centro Ortopédico e de
Reabilitação do Esporte do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo.
O ortopedista Ricardo Cury, diretor do Comitê de Cirurgia do
Joelho da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), destaca
outro ponto a favor da corrida nesse piso. “Exercícios na areia fofa queimam
mais calorias porque o gasto energético para realizar os movimentos é maior”,
afirma Cury. Estudos comprovam que a corrida na areia chega a queimar 60% mais
calorias por milha (que equivale a 1,6 km) que a mesma distância realizada no
asfalto. Ou seja: a areia emagrece mais.
E os riscos?
Equilíbrio, agilidade e força são os benefícios associados à corrida na areia. Porém, você deve considerar seu nível de preparo físico antes de começar. “Uma pessoa que nunca praticou atividade física não deve se arriscar em uma corrida na areia fofa. Ela vai forçar a lombar e as articulações. As chances de se lesionar são enormes, além da possibilidade de torcer o pé, que não está com a musculatura preparada para um piso irregular”, diz o ortopedista Marcelo Filardi.
Equilíbrio, agilidade e força são os benefícios associados à corrida na areia. Porém, você deve considerar seu nível de preparo físico antes de começar. “Uma pessoa que nunca praticou atividade física não deve se arriscar em uma corrida na areia fofa. Ela vai forçar a lombar e as articulações. As chances de se lesionar são enormes, além da possibilidade de torcer o pé, que não está com a musculatura preparada para um piso irregular”, diz o ortopedista Marcelo Filardi.
Fernanda Manhães, atleta e professora de beach running (corrida na
praia, modalidade que existe em algumas academias) da A! Body Tech no Rio de
Janeiro, avisa que a sobrecarga na região lombar pode ser conseqüência de uma
musculatura fraca do abdome e das costas. Logo, quem quiser correr na areia
deve, antes de encarar os treinos, fortalecer essas partes com exercícios
específicos de musculação. Um dos alunos de Fernanda, Luiz Guilherme Teixeira,
de 35 anos, conta que teve um problema lombar.
Há um ano, sob a supervisão da instrutora, executa treinos na
areia, com acessórios como cones, pára-quedas e elástico. “Aprendi a escutar e
respeitar meu corpo. Ele sinaliza melhor que ninguém se tem alguma coisa
errada”, diz Teixeira. Parece que está dando certo. O empresário carioca fez em
outubro a Meia Maratona do Rio de Janeiro e jura que suas costas não chiaram. E
planeja para 2009 uma ultramaratona.
Além das eventuais consequências negativas, Felipe Guedes,
triatleta e técnico de corrida em Santos, no litoral de São Paulo, destaca que
um treino na praia também depende das condições do mar e do tempo. “Se a maré
está alta ou choveu muito, o piso pode virar um lamaçal.
A faixa de areia disponível para correr também pode diminuir e
ficar mais inclinada. Nesse cenário, é melhor ir para uma esteira”, diz Guedes.
Ele ainda sugere treinos pela manhã porque, no fim do dia, a chance de topar
com buracos ou castelinhos feitos por banhistas é grande.
Fonte: Abril.com.br
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